Educando e Transformando Vidas
A Academia Bulldog tem se destacado por seu papel fundamental na inclusão de jovens de comunidades vulneráveis, muitos dos quais enfrentam dificuldades financeiras para arcar com os custos de equipamentos e treinamentos de jiu-jítsu. O professor Frank Muller, responsável pelas aulas, não cobra taxas, mantendo a iniciativa com doações de familiares e o apoio constante da comunidade.
Atualmente, a academia conta com cerca de 50 alunos. Frank estima que aproximadamente 30% das famílias conseguem contribuir financeiramente para a manutenção das aulas, enquanto outras ajudam conforme suas possibilidades. Algumas ainda não têm condições de contribuir, mas o mestre assegura que todas as crianças recebem os mesmos benefícios, independentemente da situação financeira.
Frank também se identifica como autista de suporte nível 1 e tem alunos autistas em sua classe, incluindo seu filho de cinco anos, que é autista de suporte nível 3 e requer cuidados especiais. Essa experiência pessoal intensifica seu compromisso com a inclusão e o acolhimento.
Disciplina e Respeito Através do Jiu-Jitsu
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No tatame, Frank enfatiza a importância do respeito e do bom comportamento, valores que considera essenciais tanto nas aulas quanto na vida cotidiana. “A palavra que usamos para tudo é ‘Oss’”, explica. Essa expressão, que tem origem no japonês “Osu”, é utilizada como forma de cumprimento e para demonstrar respeito entre alunos, professores e colegas.
A aluna Amanda Davoli, de 14 anos, relata como as aulas de jiu-jítsu impactaram positivamente sua vida. Ela conseguiu não apenas melhorar seu comportamento, mas também suas relações interpessoais e sonha em conquistar títulos de prestígio, como os do pan-americano e mundial do esporte.
Os alunos têm um compromisso adicional com a disciplina escolar. Semanalmente, eles levam um documento que deve ser preenchido pelos professores e pela família, registrando suas atividades e comportamentos. À medida que os critérios de disciplina são atendidos, os alunos podem progredir nas faixas de jiu-jítsu. A transição para a próxima faixa só é permitida ao alcançar o quarto grau, condicionado à manutenção da disciplina e do bom comportamento.
Inclusão de Alunos Autistas na Academia
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Como professor e autista, Frank compartilha que possui cerca de dez alunos autistas em sua academia. Ele reconhece os desafios enfrentados por esses estudantes, mas acredita firmemente no potencial de cada um deles. “Os alunos do espectro costumam ser muito dedicados, e os treinos são adaptados para que se sintam à vontade”, observa. Gradualmente, eles se integram ao grupo e podem até superar seus limites, dependendo de sua dedicação.
Um exemplo notável é Ikaney Vieira, de 12 anos, que é autista de suporte 1 e já conquistou a faixa laranja após quatro anos de treino. Ele não apenas se destaca como aluno, mas também ajuda a ministrar aulas na Academia Bulldog. Para ele, a prática do jiu-jítsu foi crucial para seu desenvolvimento pessoal.
História da Iniciativa em Jiu-Jitsu na Escola
A história das aulas de jiu-jítsu começou dentro de uma escola há quatro anos, com um número crescente de alunos, muitos dos quais também frequentam a escola onde Frank leciona em Cariacica. A ideia de ensinar jiu-jítsu surgiu em 2022, mas precisou ser interrompida devido a questões logísticas. Para não deixar seus alunos sem treino, Frank disponibilizou a garagem de sua casa, mesmo enfrentando condições adversas, como a falta de cobertura que impedia aulas em dias de chuva.
Depois de um período, Frank e os pais dos alunos conseguiram um galpão em Vila Graúna, onde a Academia Bulldog permanece até hoje. Além de atender crianças e adolescentes, Frank também ministra aulas para adultos e participa de competições de jiu-jítsu em todo o Estado.
Resultados no Campeonato Estadual de Jiu-Jítsu
A Academia Bulldog teve um desempenho notável no Campeonato Estadual Kids de Jiu-Jítsu, que ocorreu no Tancredão, em Vitória, reunindo mais de 800 jovens entre 3 e 15 anos. Frank levou 24 alunos para competir, dos quais 18 conquistaram medalhas, incluindo sete de ouro, oito de prata e três de bronze. Essa conquista levou a academia ao 5º lugar geral entre mais de 30 equipes, resultando em um troféu e uma premiação em dinheiro fornecida pela Federação Capixaba de Jiu-Jítsu (Fejjes), organizadora do evento.
